O que você precisa saber antes de investir em COEs!

Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) são produtos híbridos que unem características da renda fixa e da renda variável. No Brasil, ganharam popularidade como alternativa com potencial de retorno superior à poupança.

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Mas você sabe exatamente como o COE funciona e quais são as vantagens e riscos de colocar seus investimentos nesse tipo de produto?

Não se preocupe, pois nesse texto você vai entender perfeitamente e ao final já saberá o que fazer com o seu dinheiro e como fazer um bom investimento dele.

Há dois tipos principais: COE de Capital Protegido — garante a devolução do valor aplicado — e COE de Capital em Risco — em que o investidor pode perder parte ou todo o valor.

Como funciona?

Um COE funciona assim: parte do capital é investida em ativos de renda fixa para proteger o aporte inicial, enquanto outra parte busca retorno em ativos de renda variável, via derivativos ou cestas de ações, moedas, commodities, índices ou mesmo fatores internacionais.

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Por exemplo, se você aplica R$ 100 mil num COE, R$ 70 mil vão para renda fixa, garantindo seu retorno, e R$ 30 mil ficam sujeitos à variação de mercado — o que pode gerar lucro ou perda de ganhos.

Vantagens dos COEs

  1. Diversificação simplificada. Em um único produto, você tem exposição a múltiplos mercados, como ações internacionais ou moedas, sem precisar fazer várias aplicações.
  2. Proteção do capital (no modelo certo). COEs de capital protegido devolvem ao menos o que foi investido, independente da performance da parte variável.
  3. Retornos previsíveis. Ao contratar, o investidor já sabe, através do Documento de Informações Essenciais (DIE), os cenários possíveis de ganho.
  4. Tributação simples. Seguem a tabela regressiva do IR da renda fixa, variando de 22,5% a 15%, conforme o prazo.

Os grandes perigos do COE

investimentos em COE

1. Illiquidez e data fixa de vencimento

COEs têm prazo pré-fixado — geralmente de 2 a 5 anos — sem possibilidade real de resgate antecipado. A única saída é vendê-lo no mercado secundário, e isso pode gerar perdas.

2. Risco de crédito do emissor

COEs não contam com proteção do FGC. Se o banco emissor (ou o emissor do ativo subjacente) falir, o investidor pode perder o principal.

3. Rentabilidade limitada

Mesmo garantindo o capital aplicado, muitos COEs oferecem retorno abaixo do que um CDB ou mesmo o CDI renderia — especialmente após levar em conta comissões e taxas. Estudo da FGV revelou que 90% dos COEs vendiam retorno abaixo da taxa livre de risco.

4. Custos ocultos e incentivo das corretoras

As estruturas dos COEs envolvem derivativos e intermediação, o que encarece o produto. Além disso, os assessores recebem comissões altas — até 5% do valor aplicado — criando incentivo para empurrar o produto, mesmo quando não é a melhor opção para o investidor.

5. Alavancagem por empréstimo

Há casos de corretoras oferecendo empréstimo para investir em COE. Se o produto não render o esperado, o cliente acaba com dívida e sem lucro. Um exemplo real envolveu um advogado que entrou no COE via empréstimo da corretora — perdeu rentabilidade e ficou devendo.

Quais riscos escondidos?

A combinação de ilusão de segurança, promessas atraentes e assessores incentivados pode levar o investidor a subestimar riscos:

  • COE com “capital protegido” não significa isenção de custo ou ausência de limitações de rentabilidade.
  • O risco de crédito é real e não há garantia de proteção em caso de falência do emissor.
  • A liquidez é restrita, com resgate só possível por meio de venda secundária — sem garantia de preço justo.
  • Assessores podem pressionar para investimento mesmo quando o perfil do cliente não é adequado.

Quem realmente pode se beneficiar dos COEs?

  • Perfil moderado ou agressivo, para estratégias específicas (exposição dirigida a índices, moedas ou setores).
  • Pessoas dispostas a abrir mão de liquidez, visando ganho potencial no médio/longo prazo.
  • Quem quer testar renda variável sem abrir mão da proteção do capital – desde que pagando atenção às taxas.

Ainda assim, é crucial:

  • ler com atenção o DIE;
  • comparar retornos com produtos como CDBs, LCIs etc.;
  • avaliar se o prazo do COE bate com seus planos financeiros.

Dicas para investir com segurança em COEs

  1. Teste o seu perfil — realize o suitability para saber se COE se encaixa no risco que você tolera.
  2. Compare alternativas — um CDB de bom emissor pode ter liquidez e retorno equivalente ou melhor.
  3. Estude o DIE — entenda taxas, cenários, prazos, limites de ganho e condições de vencimento antecipado.
  4. Evite alavancagem — empréstimos para investir podem resultar em prejuízo financeiro e emocional.
  5. Diversifique sempre — COE pode ser parte da estratégia, não a carteira inteira.

Regulamentação reforçado

A ANBIMA incluiu regras específicas para os COEs lastreados em crédito nos critérios de suitability, exigindo avaliação mais rigorosa do perfil dos investidores, expiração dos prazos e exposição cambial antes da recomendação.

Ou seja, há tentativa regulatória de proteger o investidor, exigindo que ele entenda melhor o que está comprando e que o produto seja adequado ao seu perfil.

Os COEs oferecem uma combinação interessante de segurança e exposição à renda variável. Mas, por trás do discurso, há riscos reais: liquidez limitada, estrutura complexa, comissões pesadas, risco de crédito e até armadilhas como empréstimos para alavancar o investimento.

A recomendação final: nunca assine nada antes de ler o DIE, comparar alternativas, avaliar seu perfil e considerar o prazo do investimento. E, se possível, priorize produtos mais simples e líquidos até que você tenha experiência para lidar com a complexidade dos COEs.